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Foto do escritorLucas Almeida

Chegar em casa depois do trabalho e ainda precisar cozinhar um jantar é, para muitos, o maior pesadelo que pode existir numa semana corrida. Das milhares de mudanças que as famílias foram tendo ao longo dos anos, uma bastante significativa é a dificuldade de se sentar e jantar em conjunto, não só por questões de convivência, mas também porque as vezes comer um sanduíche no sofá assistindo Netflix com alguém é muito mais o que a gente precisa.

Porém, já existiu um tempo em que as grandes mesas redondas de madeira eram o lugar para reunir toda a família durante as refeições, e não que não sejam mais, porque esse costume prevalece com muita importância para bastante gente, entretanto, as salas de jantar já não são mais grandes locais de reunião, principalmente, pela dificuldade de se colocar grandes mesas nos apartamentos modernos.

Contudo não é só para comer que a gente se reúne, sempre tem aquele sábado a noite meio preguiçoso em que o melhor programa é chamar alguns amigos para beber vinho e jogar jogos de tabuleiro, e para isso, fomos criando cada vez mais soluções para caber cinco pessoas onde se sentariam quatro ou para apoiar as caixas de pizza enquanto as cartas estão em cima da mesa. A sala de jantar ganha bancos, aparadores, adegas, luminárias, prateleiras e decorações que tornam esse mais um ambiente social da casa, sendo cenário tanto dos cafés da manhã em família quanto dos dias de home office e das noites entre amigos.

No fim, por mais que a função principal das salas de jantar modernas não seja sediar as refeições em família, é interessante que a mesa ainda seja um mobiliário tão importante para nosso convívio social e do dia a dia. Por isso mesmo que projetamos salas de jantar já pensando naquelas pessoas que irão se sentar ali para conversar num dia de festa, com aquele cantinho especial para fazer um expresso depois do almoço e para servir uma taça de gin tônica no happy hour, nos cenários que serão criados naquele ambiente e os diversos tipos de iluminação que ele pode precisar e até onde guardar toda essas louças, toalhas e talheres que só usamos nas grandes festas de fim de ano.

A sala de jantar talvez seja um ótimo exemplo de como nossa forma de viver e de usar a casa foi mudando ao longo dos anos, porque começamos a viver em espaços menores e as famílias ficaram menos numerosas, mas ainda assim todos sabemos que se sentar em conjunto, seja para comer ou jogar cartas, é uma das coisas que nos faz seres sociáveis e baseia nossa convivência, até porque todos sabemos que o melhor lugar para se ficar nas festas é perto da mesa de comidas.

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Foto do escritorLucas Almeida

Uma bela diferença das casas modernas para aquelas do século passado talvez nem seja o estilo, mas sim a quantidade de aparelhos eletrônicos que foram aparecendo na nossa decoração e começaram a fazer parte do cenário cotidiano. Era comum que, algumas décadas atrás, as salas tivessem sofás se encarando para as pessoas se sentarem umas de frente para as outras, porém já faz alguns anos que o layout básico das salas de tv mudou drasticamente e os assentos começaram a encarar as telas.

Não só abraçamos a modernidade como parte integral das nossas casas como também começamos a planejar a decoração para abraçar essa demanda cada vez maior de equipamentos. Painéis, nichos, prateleiras foram aparecendo para acomodar os fios e as diversas caixinhas pretas responsáveis pela TV, pelo som, automação e tantas outras funções eletrônicas que uma sala contemporânea ganhou nos últimos anos. Contudo o modernismo nos ensinou que o bom design de interiores tem que balancear a estética e a funcionalidade, fazendo nascer diversas soluções que hoje já são mais do que cotidianas para nós.

As nossas estantes cheias de CDs e DVDs dos anos noventa começaram a dar lugar para aparelhos de vídeo, som e videogames e as portas ripadas ganharam o cenário pois conseguem esconder toda a bagunça sem impossibilitar o uso dos controles remotos. Também começamos a desenhar painéis nas paredes para passar a quantidade cada vez maior de fios que uma sala de TV precisa. Nossos móveis não refletem apenas o conceito estilístico do que é bonito para cada época, mas também começam a ganhar novas funções e soluções técnicas para acomodar cada vez melhor as necessidades de uma família do século XXI.

Ainda que, ao se tratar de decoração, muito se resuma a estilo e conceito, algumas das soluções que apareceram nas nossas casas são respostas as necessidades que estão em constante evolução. A resposta estilística para a tecnologia é o que nos garantiu conforto ao viver em meio às máquinas, naturalmente frias e robóticas, isso porque quando nossa casa começou a ganhar cada vez mais aparelhos o design foi o responsável por não tornar os ambientes parecidos com uma fábrica ou um laboratório, mantendo o conforto visual. Portanto, não só a disposição dos móveis surge como uma nova forma de usar esses ambientes, mas também o desenho deles não é por acaso.

Esse apreço que temos com cada projeto não tem só função estética, por trás dos painéis e portas ripadas, prateleiras iluminadas ou cantos arredondados, nichos e mesas de centro existe uma grande infraestrutura para que a casa moderna tenha todas as suas funcionalidades, usamos do recurso estético para fazer com que a TV ligue e que esteja conectada ao aparelho de som no teto e ao comando de voz da casa, para que a pessoa sentada no sofá consiga jogar videogame ou mudar de canal sem precisar deixar os equipamentos a mostra, para a iluminação ser suficientemente clara para que as pessoas possam ler um livro mas também suficientemente escura para proporcionar um clima aconchegante, e são esses detalhes que transformam a casa em um verdadeiro lar.

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Foto do escritorLucas Almeida

Casualmente já me questionei por que temos o costume de entrar em casa sempre pela sala de estar, não que isso seja uma regra talhada em pedra pois inúmeros são os exemplos de casas, lofts e studios que a entrada é por uma cozinha ou um hall que se distribui para os demais ambientes, porém a sala de estar é o lugar para onde a entrada se dirige, como se ao chegar em casa, a primeira parada fosse exatamente a sala de estar. A história nos diz que essa sala, destinada pro encontro e eventos sociais, é o cômodo mais antigo da casa, ou do que podemos entender por abrigo e moradia, presente até em cavernas neolíticas.

Acontece que, milhares de anos depois, estamos acostumados a organizar nossa casa por uma sala central com função social, talvez se uma pessoa do Período da Pedra Polida entrasse em um apartamento paulistano do século XXI ela conseguisse reconhecer facilmente onde as pessoas se reúnem para conversar. Ainda que, um hominídeo do período neolítico talvez não reconhecesse um sofá ou uma poltrona, ainda nos sentamos de frente um para o outro quando conversamos, usamos símbolos e signos que remetem ao elo e à comunicação, como círculos desenhados no tapete, mesas de centro redondas, tapetes e pufes circulares. Também remetemos esses espaços ao conforto com mantas, almofadas, carpetes e acessórios de tecido que aquecem o ambiente.

Estar junto, conviver, compartilhar e todas essas atividades sociais só podem ser extremamente importantes na nossa sociedade para a gente resistir um hábito por tanto tempo, mesmo que não seja uma função vital como comer ou usar o banheiro, e esse fenômeno social que nos torna tão adeptos da convivência compartilhada nos faz tão bem que mesmo aqueles que moram sozinhos guardam espaços para receber visitas, ainda que seja em um sofá-cama de um studio compacto. De certa maneira, se reunir em algum lugar cômodo com pessoas queridas e apreciar uma vista bonita não é um hábito assim tão moderno e nossas casas só remetem a essas sensações porque, por alguma razão, esse hábito tem sido algo muito importante para o nosso conforto e bem-estar.

Ainda que estar junto de alguém não necessariamente precise estar atrelado à uma sala, afinal cozinhar juntos ou assistir um filme na cama também são ótimas formas de se ter companhia, talvez a maior representação de convivência seja efetivamente um sofá, assim como o velho sofá vermelho do Central Perk, ou o sofá de Simpsons e até o famoso sofá de convidados da Oprah. Até porque, além da convivência significar muito para nós, seres humanos em sociedade, muitas vezes o melhor programa para uma noite pós trabalho é se deitar em um sofá com um cobertorzinho e assistir aquela mesma série de sempre.


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