Certamente não estamos na era em que temos o maior contato com a natureza, a vida urbana, especialmente em apartamentos, nos aparta não só da proximidade com plantas e animais, mas também nos coloca em outra perspectiva em relação ao nosso redor. Já não enxergamos o mundo pelo olhar de um observador, mas sim como um pássaro das janelas dos edifícios, essas distorções da nossa percepção entraram na nossa casa como conceitos e hoje moldam bastante a forma com que ocupamos o lar
Seja na conversa entre os ambientes internos e externos, a luz que entra e a vista que se emoldura, o uso dessa extensão da área social quase como um quintal suspenso. E são exatamente as varandas que se propõem a ser o cômodo de transição entre o que é dentro e fora, isso porque pensando de maneira utilitária, seu uso não é definido por uma necessidade (como cozinhas, banheiros e quartos, por exemplo) mas sim por um fator de adaptabilidade do ser humano nos lares do século XXI.
Precisamos de espaços para descansar, para socializar, para rir com amigos ou para tomar um vinho depois do trabalho, precisamos também de ventilação e iluminação natural e da sensação de que “saímos” de casa, ainda que sequer tenhamos destrancado a porta. Por isso nas varandas que costumam estar nossas plantas, a churrasqueira com uma mesinha para os fins de semana, sofás e poltronas para receber os amigos emoldurados por uma vista do lado de fora, é quase como se estivéssemos socializando sem estar dentro de um espaço físico.
Por fim, talvez o que realmente nos une é a vida em sociedade, são as conversas bobas, as risadas que trocamos e os momentos que vamos compartilhando com pessoas queridas durante nosso tempo por aqui. Por isso gostamos tanto de sofás, tapetes e espaços que nos permitem socializar, porque no fundo, ainda somos humanos e queremos conversar olhando o céu estrelado durante a noite para nos sentirmos vivos.