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Foto do escritorLucas Almeida

               Certamente não estamos na era em que temos o maior contato com a natureza, a vida urbana, especialmente em apartamentos, nos aparta não só da proximidade com plantas e animais, mas também nos coloca em outra perspectiva em relação ao nosso redor. Já não enxergamos o mundo pelo olhar de um observador, mas sim como um pássaro das janelas dos edifícios, essas distorções da nossa percepção entraram na nossa casa como conceitos e hoje moldam bastante a forma com que ocupamos o lar

                Seja na conversa entre os ambientes internos e externos, a luz que entra e a vista que se emoldura, o uso dessa extensão da área social quase como um quintal suspenso. E são exatamente as varandas que se propõem a ser o cômodo de transição entre o que é dentro e fora, isso porque pensando de maneira utilitária, seu uso não é definido por uma necessidade (como cozinhas, banheiros e quartos, por exemplo) mas sim por um fator de adaptabilidade do ser humano nos lares do século XXI.

                Precisamos de espaços para descansar, para socializar, para rir com amigos ou para tomar um vinho depois do trabalho, precisamos também de ventilação e iluminação natural e da sensação de que “saímos” de casa, ainda que sequer tenhamos destrancado a porta. Por isso nas varandas que costumam estar nossas plantas, a churrasqueira com uma mesinha para os fins de semana, sofás e poltronas para receber os amigos emoldurados por uma vista do lado de fora, é quase como se estivéssemos socializando sem estar dentro de um espaço físico.

                Por fim, talvez o que realmente nos une é a vida em sociedade, são as conversas bobas, as risadas que trocamos e os momentos que vamos compartilhando com pessoas queridas durante nosso tempo por aqui. Por isso gostamos tanto de sofás, tapetes e espaços que nos permitem socializar, porque no fundo, ainda somos humanos e queremos conversar olhando o céu estrelado durante a noite para nos sentirmos vivos.

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Foto do escritorLucas Almeida

Geralmente, quando pensamos em sensações aconchegantes, o calor é um estímulo que costuma aparecer como um bom exemplo. Não apenas o calor do sol na nossa pele em um dia frio, mas também o toque quente de materiais como tecidos, madeiras e outros que um dia foram plantas enraizadas no solo. Essa sensação calorosa, além da percepção sensorial, está também relacionada à uma conexão com a natureza e o planeta, como se tudo e todos que existem compartilhassem esse ancestral comum que é a Terra.

Entretanto existem algumas limitações para a materialidade e a água é certamente uma delas. Talvez seja um dos elementos mais difíceis de lidar pois ela consegue passar pelas mínimas frestas e se infiltrar com uma rapidez única, sendo assim, costumamos deixar a madeira, os tecidos e demais elementos quentes de fora quando estamos em um lugar molhado como um banheiro.

Em um lugar onde estamos completamente despidos certamente a frieza de alguns materiais pode ser uma questão a se lidar. Entretanto, temos a sorte de perceber o mundo ao nosso redor com os cinco sentidos e tanto o visual, quanto os aromas e sons e até mesmo as texturas podem nos proporcionar aconchego caloroso que buscamos. Um banho com seixos massageando nossos pés como se estivéssemos em um lago, a textura amadeirada de uma placa cerâmica que remete à quentura da madeira, a iluminação indireta e até mesmo as toalhas e tapetes que completam esse cenário são capazes propor novas formas se aconchegar.

E se pensar que o banheiro é um dos primeiros lugares que vamos após despertar, onde começamos a lavar o rosto para acordar e damos o pontapé inicial no nosso dia, ao mesmo tempo que é o último lugar que vamos para tomar um banho e relaxar antes de nos deitarmos, é importante que seja um espaço pra lá de aconchegante. Mesmo que cheio de pedras, louças e metais frios são as nossas marcas de uso que trazem quentura para o espaço, seja com uma penteadeira cheia de maquiagens, plantas decorativas, produtos de skin care ou toalhas macias penduradas. Afinal de contas, onde existe vida existe aconchego.


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Foto do escritorLucas Almeida

Desde a Idade Média nossos antepassados se cobriam para se proteger do frio, entretanto, antes de existirem os tecidos eram usadas apenas algumas peles de animais sobre o corpo. Acontece que o conforto chegou e nossa obsessão por tecidos não só inaugurou diversas rotas da seda pelo mundo, mas também fez com que a gente os colocasse ao nosso redor a todo tempo, literalmente.

Nos cobrimos para dormir, abrimos as cortinas ao acordar, tomamos um banho e nos secamos com uma toalha, limpamos a bagunça do café com um pano e, antes de sair, colocamos tudo em uma bolsa feita de algum tecido. A necessidade de se manter quente e protegido expandiu-se para nossas casas e hoje forramos as nossas camas todos os dias antes de dormir.

Entretanto essa obsessão não é ao acaso, precisamos de aconchego para tornar nossa vida mais confortável. Não é de se espantar que nossos quartos costumam ser os ambientes mais aconchegantes da casa, a luz quente indireta, as cores pasteis, cabeceiras estofadas com mais tecido a até a madeira dos móveis e piso são os responsáveis em criar esse tipo de atmosfera.

Assim como as cores, as sensações que esses materiais nos transmitem não são ao acaso. A forma com que interpretamos o ambiente ao nosso redor passa por todos os sentidos e o toque da madeira que já esteve plantada no solo é mais caloroso que o do metal. Vamos fazendo lentas transições de sensações, acordando em uma cama quentinha e encostando em uma cabeceira fofa, pisando em um tapete e caminhando pelo piso de madeira até que a água do banho nos acorde e o dia comece.

E por isso revestimos as coisas, cobrimos paredes, pisos e mobiliários porque a forma como sentimos o mundo é importante para nosso bem-estar, e no fim, temos um mundo de texturas, temperaturas, cores e aromas para nos acolher e aconchegar.

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